A infecção pelo HPV é provavelmente a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e é a principal causa do câncer de colo do útero, sendo responsável por 99.7% dos casos. Os subtipos 16 e 18 são os de mais alto risco, assim como os mais frequentes, representando 70% dos casos.
A infecção pelo HPV é altamente prevalente, onde cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas apresentam infecção pelo HPV até os 50 anos. Entretanto, a persistência da infecção pelo vírus ocorre em aproximadamente 10% dos casos, onde destes uma pequena parcela irá evoluir com doença invasiva.
Nos pacientes que persistem com a infecção do HPV, o tempo médio entre a infecção e a evolução para lesão invasiva é em média 15 anos. Existem casos de exceção em que a evolução é mais acelerada.
Os fatores de riscos mais frequentes são: tabagismo, início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros sexuais e uso prolongado de anticoncepcional.
O diagnóstico em média é feito aos 49 anos. De acordo com o ministério da saúde, o rastreamento deve ser feito através da coleta do Papanicolau e está indicado a partir dos 25 anos de idade e pode ser interrompido aos 64 anos de idade após dois exames consecutivos normais nos últimos cinco anos.
A prevenção primária é sempre a melhor opção e é possível através do uso de preservativo e mais recentemente, através da vacinação. A vacina oferecida pelo ministério da saúde é a quadrivalente, oferecendo proteção para os subtipos (HPV-6, HPV-11, HPV-16 e HPV-18). Está indicada para mulheres entre 9 e 45 anos e em homens entre 9 a 26 anos de idade.
Apesar de ser um câncer totalmente prevenível, o câncer do colo do útero continua sendo um dos mais frequentes tumores na população feminina. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o segundo mais incidente nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Na Região Sul, ocupa a quarta posição e a quinta na Região Sudeste(1).
Atualmente, é possível prevenir de forma eficaz o câncer de colo uterino através da realização da vacinação antes do início da vida sexual. Em associação a prevenção primária, a manutenção do rastreamento deve ser feito e preferencialmente, com a realização do Co-teste (Papanicolau em associação com Genotipagem do HPV).
Dê atenção a sua saúde, realize rotineiramente exames de rastreamento ginecológico e em casos de dúvidas, procure seu médico.
Referências:
- CDC. Epidemiology and prevention of vaccine-preventable diseases. 13. ed. Washington, DC: Public Health Foudation; 2015
- INCA. Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil/ Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. 2017.
- Bray F, Ferlay J, Soerjomataram I, Siegel RL, Torre LA, Jemal A. Global câncer statistics 2018: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality wordwide for 36 cancers in 185 countries. CA Center J Clin. 2018; 68:394-424