Conceitos
A bexiga é um órgão oco, em forma de saco, constituído basicamente por uma camada muscular (o músculo detrusor), revestida internamente por uma mucosa, o urotélio. Possui dupla função: armazenar a urina, que chega dos rins através dos ureteres, e contrair-se para expelir a urina armazenada. O câncer de bexiga é um tipo de câncer que se forma nas células da bexiga, que é o órgão responsável por armazenar a urina. O câncer de bexiga ocorre quando células anormais se multiplicam de forma descontrolada na parede da bexiga. Em geral, os tumores malignos da bexiga instalam-se na mucosa, não na camada muscular.
Fatores de Risco
Os principais fatores de risco para o câncer de bexiga incluem o tabagismo, exposição a certos produtos químicos tóxicos, como os presentes na indústria química e de tintas, infecções crônicas da bexiga, história familiar de câncer de bexiga, idade avançada e sexo masculino.
Tipos Histológicos
Os carcinoma de células transicionais são responsável por 90% dos tumores malignos de bexiga. Os outros 10% correspondem aos carcinomas epidermóides, adenocarcinomas e carcinomas de pequenas células. Esses tipos mais raros costumam ter comportamento mais agressivo do que os carcinomas de células transicionais e quase sempre já apresentam sinais de invasão da camada muscular no momento do diagnóstico.
Sinais e Sintomas / Diagnóstico
Os sintomas podem incluir sangue na urina, dor ao urinar, necessidade frequente de urinar, sensação de urgência para urinar, dor na região pélvica e dor nas costas.
O diagnóstico do câncer de bexiga geralmente envolve uma combinação de exames, como exame físico, exames de imagem (como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética) e exames de urina para detectar a presença de células cancerígenas.
A cistoscopia com biópsia é fundamental para a confirmação do diagnóstico e tipo histológico.
Tratamento
O tratamento depende do estágio da doença. Nos estágios não metastáticos (quando a doença se espalhou para locais fora da bexiga), inclui: cirurgia para remover o tumor ou a bexiga afetada, radioterapia, quimioterapia (neoadjuvante ou adjuvante) ou imunoterapia. O plano de tratamento é individualizado para cada paciente e é determinado pelo oncologista.
Nos estágios de doença metastática, o tratamento inclui quimioterapia associado a imunoterapia, quimioterapia isolada, imunoterapia isolada, e terapias alvo em linhas subsequentes.
É importante ressaltar que o câncer de bexiga pode ser tratado com sucesso, especialmente quando detectado precocemente. Por isso, é fundamental estar atento aos sintomas e realizar exames de rotina, principalmente se você apresentar fatores de risco. Se você estiver preocupado com sua saúde ou suspeitar de qualquer problema, é recomendado que consulte um médico para uma avaliação adequada.
Texto colaborativo de Dr. Felipe Márcio Araújo Oliveira
Oncologista clínico pelo AC Camargo Cancer Center
@felipeoliveiraoncologista
