A recente estimativa mundial aponta que, nos homens, ocorreu 1 milhão de casos novos de câncer do cólon e reto, sendo o terceiro tumor mais incidente entre todos os cânceres, com um risco estimado de 26,6/100 mil. Para as mulheres, foram 800 mil casos novos, sendo o segundo tumor mais frequente com taxa de incidência de 21,8/100 mil.
Para o Brasil, estimam-se, para cada ano do triênio de 2020-2022, 20.540 casos de câncer de cólon e reto em homens e 20.470 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 19,64 casos novos a cada 100 mil homens e 19,03 para cada 100 mil mulheres.
Sendo assim, o rastreio do câncer colorretal (CCR) é de extrema importância. Quanto mais precoce for identificado, melhor o prognóstico, aumentando as chances de cura.
A última atualização do National Comprehensive Cancer Network (NCCN) recomenda que o rastreio se inicie a partir dos 45 anos. As opções recomendadas incluem: colonoscopia a cada 10 anos, testes fecais anualmente (sangue oculto e pesquisa de DNA); sigmoidoscopia flexível a cada 5 a 10 anos; ou colonografia por tomografia computadorizada a cada 5 anos.
Na prática, a colonoscopia é principal exame de rastreio por ser considerado padrão-ouro devido a sua sensibilidade na detecção de neoplasia quando comparado aos outros métodos, além de ser resolutivo, nos casos de lesões precursoras (adenomas) que podem ser ressecadas durante o exame.
Paciente com história familiar de CCR em parentes de primeiro grau em qualquer idade, a colonoscopia é recomendada 10 anos antes da idade do primeiro diagnosticado na família ou no máximo a partir dos 40 anos. Parente de primeiro grau com história confirmada de adenoma avançado (displasia de alto grau, lesão acima de 1 cm, histologia vilosa ou túbulo-vilosa, adenoma serrilhado tradicional) ou pólipo serrilhado séssil avançado (acima de 1 cm, presença de qualquer displasia) devem submeter-se a colonoscopia na idade de início do adenoma do familiar ou no máximo aos 40 anos.
Vale ressaltar que pacientes com anemia, alteração do hábito intestinal ou sangramento nas fezes devem realizar o exame em caráter investigativo, e não entra na estatística de cenário de rastreio.
A decisão de realizar rastreio entre 76 a 85 anos deve ser individualizada, devendo levar em conta risco/benefício baseado nas comorbidades e expectativa de vida estimada. Indivíduos elegíveis que nunca foram previamente rastreados são mais propensos a se beneficiar.
Fique atento aos sintomas, o rastreio salva vidas!
Referências:
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (Brasil). Estimativa. [Brasília, DF]: Instituto Nacional do Câncer, 2020. Disponível em: http://www.inca.gov.br/
J Natl Compr Canc Netw. 2022 March 4; MS 2-25. https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/pdf/colorectal_screening.pdf